Para o iniciante no mundo dos vinhos, escolher a taça correta é tão complicado quanto escolher um bom vinho. Isso acontece pela diversidade de taças, disponíveis no mercado, criadas para atender às especificidades de cada vinho. Isso mesmo: cada tipo de vinho pede um tipo de taça. A variedade é tamanha que pode confundir até mesmo um enófilo.
Se você quer tirar o melhor proveito de uma garrafa de vinho, é importante conhecer as várias taças e escolher a ideal para o vinho a ser degustado. Cada uma foi desenvolvida para conduzir um determinado vinho à boca e ao nariz de forma a realçar sua cor, seu aroma e seu sabor. Duvida?! Então beba o mesmo vinho na taça designada para ele e em uma taça própria para outro vinho. Garanto que sentirá a diferença e vai querer conhecer a taça ideal para cada vinho.
Tem mais um detalhe, é preciso, também, prestar atenção ao material da taça. Quanto mais transparente melhor, assim todas as tonalidades do vinho podem ser apreciadas, dando dicas sobre o tipo de uva usado e a idade do mesmo. Basicamente são três os materiais: cristal, cristal de vidro ou vidro. A diferença entre elas é a presença e a quantidade de chumbo, metal que dá mais leveza, delicadeza e sonoridade, além de contribuir para que a espessura da taça seja mais fina.
A taça de cristal contem até 24% de chumbo, a de cristal de vidro cerca de 10% e a de vidro, simplesmente, não contem chumbo. Além do maior teor de chumbo, a taça de cristal é mais porosa. Isso significa que ao girarmos o vinho na taça suas moléculas tocam a superfície áspera e se quebram liberando uma grande quantidade de aromas. E você sabe o quanto é importante o aroma na degustação do “néctar dos deuses”.
Ah! Desde 2006 o mercado conta com as taças “inquebráveis” desenvolvidas com um material chamado Kwarx, tido como o mais puro, resistente e brilhante do mercado, oferecendo o mesmo acabamento das taças de cristal.
Curiosidades
Segundo a lenda a origem das a taças data da Grécia antiga. Os deuses do Olimpo queriam um recipiente de grande beleza para degustar o vinho. Para idealizá-lo, nomearam Apolo, que escolheu a forma dos seios de Helena de Tróia, considerada a mulher mais bela, e designou seu protegido Páris, para confeccioná-lo. O que foi feito com grande habilidade usando alguns metais preciosos e o molde dos seios femininos.
Ainda segundo a lenda, no século XVIII, a rainha francesa Maria Antonieta, esposa de Luis XVI, ordenou que as taças fossem confeccionadas usando a porcelana e tendo os seus seios como molde. O vinho voltou a ser bebido em taças de forma mais intensa, determinando a moda da época e mantendo-se por um longo tempo. Tanto assim que nos anos 1960 a taça coupe, também conhecida como “taça Maria Antonieta”, era muito usada para beber Champagne.
Taças ideais para cada vinho
O formato das taças permite que cada vinho atinja corretamente as papilas gustativas distribuídas na nossa boca e língua, diminuindo ou aguçando sabores específicos e também promovendo um melhor aproveitamento do corpo da bebida, da manutenção da temperatura e dos seus aromas. Acertar na escolha da taça é essencial para garantir as características da bebida.
- Taça Bordeaux Ideal para vinhos mais encorpados e ricos em tanino, como os produzidos a partir de uvas como: Cabernet Souvignon, Cabernet Franc, Merlot, Syrah e Tannat . Tem bojo grande com borda mais fechada, o que segura os aromas, concentrando-os, reforçando o sabor e direcionando o vinho para a ponta da língua, garantindo o domínio dos sabores frutados antes que os taninos cheguem a parte de trás da boca.
- Taça Borgonha Ideal para vinhos mais complexos e concentrados, com aromas imperdíveis, produzidos a partir de uvas como: Pinot Noir. Riojas, e Nebbiolos. Tem bojo maior e mais curto do que o da taça Bordeaux , permitindo um contato maior com o ar, liberando mais rapidamente os aromas e , ao mesmo tempo, colocando a bebida em contato com a ponta e o centro da língua, reduzindo sua acidez e acentuando suas qualidades arredondadas e maduras.
- Taça de vinho branco Ideal para os vinhos brancos que possuem sabor frutado e devem ser consumidos em temperaturas mais baixas. Tem bojo menor do que as dos vinhos tintos o que garante que o volume preenchido da taça seja reduzido, mantendo a temperatura mais baixa. Sua aba estreita permite que o vinho chegue às áreas da língua com equilíbrio entre doçura e acidez.
- Taça de vinho rosé Ideal para os vinhos rosés que possuem os taninos dos tintos e os aromas dos brancos. Tem corpo menor que o dos brancos, mas com bojo maior o que valoriza as características do vinho rosé pois, ao acentuar sua acidez, equilibra sua doçura. Considerando que poucas marcas fabricam este tipo de taça, na sua ausência a que mais se adequa é a do vinho branco.
- Taça ISO Adapta-se a qualquer tipo de vinho. Criada em 1970, a taça ISO (International Standards Organization) é uma espécie de coringa, sendo muito utilizada em degustações técnicas, eventos de degustação e restaurantes. Possui um tamanho menor em relação às tradicionais taças de vinho, tem um bojo maior, boca mais fechada e é totalmente cristalina.
- Taça de espumantes Ideal para os vinhos espumantes, que têm um nível significativo de dióxido de carbono, que lhes permite borbulharem quando servidos. Conhecida como Flute (flauta), tem formato alongado e fino, que facilita a formação das bolhas, direciona a efervescência e os aromas para o nariz e, ao mesmo tempo, controla o fluxo acima da língua, mantendo o equilíbrio entre a limpeza da acidez e a saborosa profundidade.
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